terça-feira, 24 de julho de 2012


Você foi sem que eu conseguisse dar um tchau ou um até breve. Adeus só dou para aqueles que não mais verei e você, definitivamente, não está nessa lista. Nos veremos muitas e muitas e muitas vezes. Mesmo assim eu gostaria de ter te abraçado e ter dito tudo que você significa na minha vida. Tenho um medo metade suave e metade áspero que você não saiba ao certo o quanto eu te amo e como eu ainda preciso, acredite, que você me defenda (não mais de bruxas e monstros, mas dos meus próprios fantasmas).

Fui embora e no caminho pingos de chuva coloridos molhavam o vidro do carro. Pessoas em silêncio, fazendo análises silenciosas e, quem sabe, confissões para seus pensamentos e afastando possíveis temores. Mas eu só olhava pela janela, observava os carros indo e vindo, os pára-brisas em movimentos precisos em total descompasso com meu coração indeciso. Você sabe que no seu lugar ficou uma saudade rosa pink que de vez em quando muda de cor e se torna doída?

O barulho da chuva me trouxe a lembrança de que sempre estivemos juntos. Eu, você e nossos defeitos. Eu e você, imperfeitos. Cada um de um jeito, cada jeito incompleto, nossos laços eternos. E eu me pergunto: será mesmo? O tempo afasta até mesmo aqueles que são unidos por amores invisíveis, por um sangue idêntico que circula em veias aparentes. Na volta para casa eu percebi que meu lugar ainda é aqui. Mas você já tinha ido faz tempo. 

Em muitas noites você me socorreu, em muitos dias eu te defendi. Em várias noites você chorou no meu ombro, em várias madrugadas eu tirei os meus melhores conselhos e cafunés da fronha. E assim nós fomos vivendo...

Você foi embora. De uma hora para a outra o meu único elo com o passado, a minha única referência de futuro pegou as malas e saiu sem data certa para voltar. Você voltou. E foi novamente.
E voltou e foi...sem mais voltar.

Nós crescemos, talvez você tenha evoluído mais do que eu, afinal, você sempre foi mais centrado, prático, esforçado, competente e racional. Eu sempre fui a avoada, emotiva, atrapalhada e sempre andei de mãos dadas com a preguiça. O que eu realmente quero que você saiba é que não importa o tempo que passe, o que aconteça ou o que a vida nos ensine. Não interessa quem somos ou quem vamos nos tornar. O que vale é o que carregamos dentro de nós. 

E você, guarde isso na memória para todo o sempre, eu carrego junto comigo todos os dias.

Clarissa Corrêa.

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