A gente ria o tempo todo, e se implicava o tempo todo também, porque a nossa juventude era eterna. Estando a turma toda, ou apenas dois ou três, não importa, a gente ria à toa. Tínhamos outras vidas, outros amigos, alguns com namorados e namoradas, mas quando estávamos juntos, parecia até mesmo que o mundo girava ao nosso redor. Nos esquecíamos do mundo externo, mas dos problemas, não. A gente se ajudava a superar, mesmo que fora do alcance da nossa consciência ingênua; risadas eram a nossa injeção antiinflamatória. Tudo bem, tudo bem. Tudo passa! — era o lema. Mas nós não passaríamos; nem nós, nem a nossa doce adolescência de risos despropositais e intensos. Desacreditávamos do fim do mundo, tirávamos sarro dos nossos próprios medos (e, às vezes, das nossas virtudes também). Tudo parecia ser efêmero. Mas nós, não. Nós éramos eternos.
Bianca Landi
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